Os números da Apple no quarto trimestre fiscal, findo a 26 de setembro, superaram as previsões dos analistas em quase toda a linha: os lucros subiram 31% para 11,1 mil milhões de dólares e o volume de negócios atingiu os 51,5 mil milhões, contra os 42,1 mil milhões do mesmo período do ano passado, tendo aumentado a reparação do iPhone 6. Mas a nuvem de incerteza que os analistas têm lançado sobre a empresa não se dissipou, apesar de as ações terem valorizado 3% após o anúncio dos resultados, nas trocas fora de horas.
Vendas de equipamentos Apple atingem valores record!
A Apple nunca tinha vendido tantos iPhones no trimestre do verão, para o qual os novos modelos 6s e 6s Plus apenas contribuíram durante três dias: 48,04 milhões de unidades são novamente um record, bem acima dos 39,27 milhões do ano passado. No entanto, os analistas esperavam em média 49 milhões; além disso, a dependência da marca para com o smartphone é preocupante, até porque este é um mercado que está bastante amadurecido. O salto deve-se sobretudo ao sucesso na China, onde as vendas do iPhone dispararam 87%, sendo que a região já representou 24% das vendas no trimestre (era 13,7% há um ano). As receitas no país asiático duplicaram para 12,52 mil milhões de dólares.
Sem divulgar quantos Apple Watches foram vendidos e com a sétima quebra consecutiva de vendas do iPad, que já está abaixo dos 10 milhões, a própria empresa mostra-se cautelosa quanto ao primeiro trimestre fiscal de 2016, que corresponde aos últimos três meses deste ano e é sempre o mais importante – não só por causa da época festiva, que inclui a Black Friday e o Natal, mas porque já estarão no mercado todos os novos produtos, desde o 6s e 6s Plus ao iPad Pro, Apple Pencil e Apple TV.
Apple quer manter sucesso nas vendas!
A previsão para o próximo trimestre é conservadora, apesar do tom sempre otimista do CEO da Apple, Tim Cook, que espera entrar na época natalícia com o portfólio de produtos mais forte de sempre.
Todavia, a pressão para continuar a ter resultados recorde e aumentos impressionantes torna a posição da Apple delicada, em especial porque o iPhone 6 no ano passado colocou a fasquia tão alta. Enquanto Wall Street espera no mínimo 77 mil milhões de dólares de receitas no final de Dezembro, o guidance da Apple coloca-se no intervalo entre os 75,5 e 77,5 mil milhões.
Quanto à nova categoria de produto, Watch, permanece um mistério. O segmento onde está inserido teve receitas de 3 mil milhões de dólares, mas é impossível saber qual a fatia que cabe ao relógio inteligente. Para já, não se vislumbra outra categoria que permita entusiasmar o mercado novamente, como o iPad foi capaz de fazer durante os primeiros três anos de vendas. Está por ver como o iPad Pro, que aí vem em Novembro, será recebido no segmento profissional, onde a Microsoft tem sido bem-sucedida com o Surface Pro 3 (o Pro 4 começou a ir para a lojas esta semana).
Certo é que o ritmo de substituição do iPhone 6 pelo 6s junto dos clientes não deverá ser tão rápido quanto o necessário para alcançar novos recordes. A reparação do iPhone 6 deverá continuar a ser uma realidade bem presente. As ações da empresa estão 14% abaixo da alta que tiveram em Fevereiro, quando ultrapassaram os 134 dólares, mas a Apple continua a ser a empresa mais valiosa do mundo em capitalização bolsista. E a almofada de liquidez continua a aumentar: são agora 206 mil milhões de dólares.